FALTA DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL:UM DESAFIO E OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO PARA O SGQ
- Andreia Aquino

- 28 de out.
- 4 min de leitura

A construção civil brasileira vive um momento de aquecimento: novos empreendimentos residenciais e de infraestrutura ganham fôlego. Contudo, esse crescimento encontra um obstáculo crítico — a escassez de mão de obra qualificada. Esta realidade, abordada por diversas entidades e veículos especializados, exige das empresas mais do que simplesmente contratar: exige desenvolver competências, sistematizar a qualidade e atrair talentos.
1. O problema da escassez de mão de obra
Diversos estudos e reportagens evidenciam que a construção civil enfrenta um “apagão” de trabalhadores qualificados. Por exemplo, a Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), na Sondagem da Construção de junho de 2024, identificou que 71,2 % das empresas relataram dificuldade para contratar trabalhadores qualificados nos últimos 12 meses — sendo 39 % as que assinalaram “muita dificuldade”.
Quesitos especiais introduzidos na Sondagem da Construção de junho de 2024 mostraram que 71,2% das empresas da construção tiveram dificuldades em contratar trabalhadores qualificados nos últimos 12 meses, sendo que 39% relataram muita dificuldade. Os segmentos de serviços especializados, mais intensivos em mão de obra, são os mais afetados pela escassez, especialmente aqueles que estão na fase final do ciclo produtivo – as empresas de Obras de Instalações e de Acabamento estão com os maiores percentuais de “Muita Dificuldade”.
A revista VEJA também destacou que “a construção civil enfrenta um gargalo silencioso: a escassez de mão de obra qualificada:
"faltam profissionais com preparo técnico, o que compromete prazos, eleva custos e pressiona os preços dos imóveis.”
Outras matérias reforçam que o setor sofre com trabalhadores que rejeitam funções tradicionais, migrando para outras atividades com menos risco e mais tecnologia.
A falta de qualificação, o envelhecimento da força de trabalho, a baixa atratividade da profissão e as condições de trabalho desgastantes são fatores apontados como causas profundas dessa crise.
2. Impactos da escassez para as empresas
A escassez de mão de obra qualificada tem consequências diretas para a construção civil:
Atrasos em obras e cumprimento de cronogramas comprometido;
Elevação dos custos com mão de obra, superando até mesmo os aumentos de materiais em muitos casos;
Maior risco de não-conformidade, retrabalhos e desperdícios, quando a equipe não está devidamente qualificada ou supervisionada;
Dificuldade em atrair e reter talentos, sobretudo jovens ou profissionais que buscam carreiras com maior desenvolvimento e segurança.
3. O papel estratégico do SGQ PBQP-H para desenvolvimento de competências
Diante desse cenário, as empresas têm na implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) eficaz — como o sugerido pelo PBQP-H — um instrumento não apenas de conformidade, mas de desenvolvimento de competências, valorização da equipe e atração de talentos.
Entre os requisitos que mais impactam na melhoria do desempenho humano dentro das obras, destaca-se o requisito 7.2 – Competência, presente tanto na ISO 9001:2015 quanto no PBQP-H (SiAC).
O requisito 7.2 determina que a organização deve:
Determinar as competências necessárias para as pessoas que realizam atividades que afetam o desempenho e a conformidade do sistema de gestão da qualidade;
Garantir que essas pessoas sejam competentes, com base em educação, treinamento ou experiência adequados;
Adotar ações para suprir lacunas de competência, quando identificadas, podendo incluir treinamentos, acompanhamento ou contratação de profissionais qualificados;
Manter registros de evidências de competência.
Em outras palavras, o requisito 7.2 vai muito além de cumprir uma formalidade documental. Ele representa um comprometimento real com a formação, a valorização e a qualificação da força de trabalho.
Entre outras ações a empresa que implementa o SGQ desenvolve
Treinamento contínuo e capacitação: Um SGQ bem estruturado exige que a equipe atual seja treinada em normas, procedimentos e práticas de auditoria interna. Isso cria profissionais mais preparados e aumenta a atratividade da empresa para novos talentos.
Padronização de processos e clareza de funções: Quando os papéis são definidos, os procedimentos documentados e as práticas bem conduzidas, o ambiente de trabalho se torna mais organizado e profissional — fator que ajuda a reter e motivar colaboradores.
Auditor interno como agente de melhoria contínua: Com auditores internos treinados, a empresa identifica não-conformidades, oportunidades de melhoria, reduz retrabalhos e melhora cronogramas — justamente nas áreas mais pressionadas pela escassez.
Imagem de empresa que investe em pessoas e qualidade: Empregados e candidatos valorizam empresas que oferecem capacitação e evolução profissional. Implantar o SGQ do PBQP-H envia essa mensagem ao mercado:
“Aqui você tem chance de aprender, crescer e fazer parte de algo eficaz.”
Redução da dependência de contratação externa: Ao qualificar a equipe interna, a empresa diminui a necessidade de contratar constantemente novos profissionais pela falta de competência — mitigando o impacto da escassez.
4. Como transformar esse desafio em vantagem competitiva
Para que essa estratégia gere resultados, sugerimos alguns passos práticos:
Realize diagnóstico da situação atual de mão de obra: identifique lacunas de competências, áreas com maior turn-over ou retrabalho.
Estruture um Programa de Capacitação com base no SGQ, integrando-o à cultura da empresa.
Desenvolva o papel de Auditor Interno (PBQP-H / ISO 9001) na organização — capacite profissionais, promova auditorias e relacione os resultados aos indicadores de obra.
Comunique a equipe e o mercado sobre essa nova postura: mostre que a empresa investe em qualidade e pessoas.
Monitore resultados: reduções de retrabalho, atrasos, custos com mão de obra, mas também engajamento e permanência da equipe.
A escassez de mão de obra na construção civil não é apenas um problema de quantidade — é, acima de tudo, um problema de qualificação, atratividade e desenvolvimento humano.
Empresas que enxergam isso e implantam um SGQ como o do PBQP-H estão à frente: qualificam sua equipe, atraem talento e se preparam para o futuro, onde a qualidade será diferencial competitivo essencial.
Se a sua empresa quer avançar nessa direção, agora é o momento. Implantar o SGQ é investir em pessoas, resultados e mercado — e não apenas cumprir uma exigência normativa.
E com esse cenário, cresce também a demanda por profissionais qualificados em gestão da qualidade e auditoria interna — peças-chave para garantir conformidade, produtividade e credibilidade nas construtoras.
🚀 Se você quer se destacar e aproveitar as novas oportunidades do setor, participe da Formação de Auditor Interno PBQP-H / ISO 9001.
📅 21, 22, 28 e 29 de novembro
💻 Online e ao vivo






Comentários